Fazenda de quase 100 anos te leva para o universo do pantaneiro
A idéia do Refúgio Ecológico Caiman é valorizar a cultura e os hábitos da população local...
O Refúgio Ecológico Caiman é um dos melhores locais para se ter uma idéia geral do Pantanal. Primeiro pela localização. A propriedade está literalmente dentro das águas e das matas do Mato Grosso do Sul. Depois pela sua história. Caiman funciona como uma fazenda pecuária desde 1912, o que vai te colocar em contato direto com a cultura pantaneira.
Citado no best-seller "1.000 Lugares para Conhecer Antes de Morrer", de Patricia Schultz, a fazenda tem uma estrutura curiosa. São quatro pousadas, sendo a maior delas a antiga sede da propriedade. É um casarão cor de pêssego, em estilo mediterrâneo, que te joga no cotidiano da comunidade - hoje com 300 pessoas.
A comida servida é, por si só, uma das melhores atrações - fora claro, todo o Pantanal ao redor. É extremamente caseira e muito bem preparada. São temperos e sabores fortes e acompanha sempre banana, seja ela frita, assada ou ao natural. Peça os pratos preparados com peixe e mandioca. Eles são muito bons.
Vida de vaqueiro
O gado ainda é criado no local e hoje são cerca de 20 mil cabeças. Por conta da boiada, você tem oportunidade de fazer um dos passeios mais interessantes. Na chamada "comitiva de gado", o grande barato é acompanhar os peões durante toda a rotina de trabalho.
O passeio começa à noite. Um violeiro cantarola à beira da fogueira enquanto as redes são penduradas em um galpão. A sensação de dormir em uma rede é bem diferente e, para muitos, até agradável. Agora se você gosta de conforto, esqueça.
No outro dia - bem cedo - todos saem montados para reunir o gado. O som do berrante e do trote dos cavalos é constante. Para encerrar bem o dia de trabalho, já no meio da tarde, um churrasco é servido.
Seguindo o costume pantaneiro, o churrasco é feito em valas. O brazeiro é preparado em um buraco no chão. Grandes porções de carne são assadas em espetos, que ficam apoiados horizontalmente em estacas sobre o carvão.
A observação de animais é um dos fortes do refúgio - e o que a maioria das pessoas procura. Ver jacarés tão de perto dá medo. Por lá eles chamam a atividade de fufu. Mas não tem com o que se preocupar. Os guias, ou caimaners, são experientes e estão sempre acompanhados de moradores locais - que conhecem a região como ninguém.
O safári fotográfico é muito legal também. Na carroceria de um caminhão coberta com lona , todo mundo fica na expectativa de ver algum animal. E quando o guia aponta para o meio da mata, só dá para escutar os "clicks" das máquinas capturando as imagens das capivaras, tuiuiús e emas, entre vários outros bichos.
O difícil é ter de ir embora sem ter feito todos os passeios que o refúgio oferece. É necessária uma semana, no mínimo, para aproveitar as cavalgadas, passeios de canoa, de bicicleta e as saídas noturnas pra observação de animais.
Mas não saia sem experimentar um autêntico tereré, bebida gelada feita a partir de uma erva parecida com o mate. É tão típico quanto o chimarrão para o gaúcho.
domingo, 16 de setembro de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário