terça-feira, 9 de outubro de 2007
Relaxe entre tartarugas e baleias na Praia do Forte!!!
Em uma vila de pescadores na Mata de São João, a 85 km de Salvador, baleias que migram para acasalar, parir e amamentar convivem com tartarugas marinhas gigantes. Uma construção feudal feita para vigiar a entrada de navios na costa completa o cenário e explica o nome do local, Praia do Forte.
A descrição inicial logo de cara denuncia a beleza encantadora dessa praia da Bahia. Natureza, animais, vila de pescadores.
Mas pode confundir quem pensa em viajar para encontrar uma paisagem virgem e intocada.
Para alegria de uns e descontentamento de outros, há pelo menos cinco anos a região se desenvolveu com o turismo. Agora, o centro de comércio na entrada da cidade, que continua quase ironicamente se chamando Vila de Pescadores, tem de tudo: agências de viagem e passeios, shoppings, táxis, aluguel de veículos e caixas eletrônicos.
Há restaurantes e bares sofisticados para comer. Há roupas e peças de artesanato de todos os tipo para comprar.
É um cenário diferente do encontrado por quem visitava a Praia do Forte há alguns anos. Os restaurantes eram botecos, as lojas de artesanato eram parte das casas dos moradores e a passagem entre elas era feita por uma rua de chão de bairro com areia, que agora foi substituída por uma simpática avenida de pedras regulares.
Ainda assim, não se pode dizer que viajar para lá está muito mais caro. Ainda existem albergues e campings para ficar, barraquinhas de comerciantes locais para comprar e se alimentar gastando pouco.
Por um bom trabalho das organizações ambientais da Praia do Forte, sua modernização não prejudicou a natureza ou o ecoturismo.
O leque de opções para o turista nessa área é extenso, contando com esportes que vão da caminhada ao vôo panorâmico.
Há cachoeiras, dunas e lagoas para visitar ali por perto, além de praias lindas e uma reserva ambiental, a Reserva de Sapiranga, com diversas espécies de plantas e animais como quatis, preguiças-de-coleira e micos-estrela.
Mas de tudo o que existe de lazer na praia do Forte, duas opções são preferência nacional: a observação das baleias jubarte e o passeio noturno para ver as tartarugas do Projeto Tamar, projeto de salvação das tartarugas marinhas que tem sua sede principal na Praia do Forte.
Baleia a vista:
A temporada de observação das baleias vai de julho a novembro, quando elas vêm para o litoral tropical em busca de águas quentes para se acasalar, parir e amamentar. É um processo delicado, já que cada baleia dá à luz apenas a cada dois ou três anos.
Quem leva para o passeio é o Instituto Baleia Jubarte, organização não-governamental criada em 1996 para pesquisar o comportamento da espécie e desenvolver atividades de lazer para conscientizar os turistas, que pagam por isso de R$ 80 a R$ 150 reais dependendo da quantidade de passageiro no barco.
Dócil, a baleia jubarte é um dos animais é uma das espécies ameaçadas de extinção. De 150 mil, sua população caiu para 25 mil em todos os oceanos.
Noite das tartarugas:
O outro passeio adorado pelos turistas da Praia do Forte é ver as tartarugas marinhas preservadas pelo Projeto Tamar (abreviação de Tartaruga Marinha), que cuida da reprodução das tartarugas marinhas desde os anos 1980.
Em qualquer época do ano, é possível ver algumas das cinco espécies (existem sete ao todo no mundo) de tartarugas marinhas que freqüentam a costa brasileira, no centro do Tamar.
Mas entre setembro e março pode-se vê-las as chegando à praia para desovar. As tartarugas costumam desovar na mesma praia em que nasceram, e é conhecida a dificuldade que os filhotes de seus ninhos têm de sobreviver.
Quem vai conhecer a Praia do Forte entre dezembro e fevereiro pode ainda participar do Tartarugas By Night, o acompanhamento da soltura das tartarugas recém-nascidas para o mar.
História e literatura:
Quem curte o lado mais cultural do passeio, vale conhecer a Casa da Torre, castelo feudal que pertenceu à família de Garcia D'Ávila, almoxarife de Tomé de Souza.
Este, por sua vez, foi fundador da cidade de Salvador e primeiro governador-geral do Brasil.
A Casa da Torre foi construída para vigiar a costa do Brasil.
A visita ao castelo, que tem uma parte transformada em museu, vale por si só. Mas por vezes, sua estrutura serve para sediar exposições e eventos, como irá acontecer entre 15 e 19 de novembro, no 1° Encontro Literário da Praia do Forte.
A Casa da Torre servirá de palco para atores que vão encenar poesias em alguns dias do evento, que vai homenagear a escritora Zélia Gattai.
Moacyr Scliar, Nelson Motta, Walcyr Carrasco, entre outros, já confirmaram presença no encontro, que terá também debates, apresentações de música, dança, capoeira e oficinas diversas em toda a Praia do Forte.
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